Saturday, January 28, 2006

Dignifique-se o uso da Bandeira de Portugal!


Há dias fui surpreendido pelo facto de a bandeira nacional portuguesa que se vê na fotografia se apresentar em estado de novo, parece que comprada e "hasteada" nestes últimos dias. A que propósito, pergunto eu?
O local não é difícil de identificar para quem conhecer Leiria, particularmente a zona histórica da cidade, como eu conheço. Está-se mesmo a ver que se trata do Largo Paio Guterres, vulgarmente conhecido pelo Largo do Gato Preto porque lá existe, uma casa transformada em pensão, há muitos anos, mais de cinquenta, pela certa, com a figura dum gato preto na fachada, em segundo plano alguns pormenores da cruz e do telhado da Igreja da Misericórdia.
Como se sabe, aquando do último Europeu de Futebol Sénior, realizado em Portugal em 2004, após algumas intervenções empolgantes na Televisão, quer por parte dum conhecido comentador, o prof. Dr. Marcelo Rebelo de Sousa, quer do seleccionador nacional Filipe Scolari quer do próprio Presidente da República Jorge Sampaio, os Portugueses decidiram-se entusiasmados pela colocação de bandeiras nacionais dos mais variados tamanhos e nas mais acrobáticas posições em locais alguns os mais incríveis, no cimo de gruas altíssimas, em cima de árvores, nas janelas e varandas das casas de habitação, presas a paus de bandeira imprevistíssimos, amarrados com arames e cordéis. Dado o grande entusiasmo que nos contagiou a todos pelo facto de termos em nossa casa uma competição da envergadura dum Campeonato Europeu, inclusivamente tivemos ocasião de assistir a dois jogos internacionais e convivemos durante alguns dias com o espectacular colorido dos apoiantes das selecções dos quatro países que jogaram no novo e espampanante Estádio Dr. Magalhães Pessoa, não seria de espantar tamanha adesão.
Até aqui tudo certo. A questão é que, umas vezes por nítido desleixo, outras por prováveis exageros de entusiasmo, as bandeiras foram deixadas até hoje, já lá vai mais de um ano, quase dois, completamente ao abandono, quantas se transformaram já em autênticos farrapos, dessa forma a desabonarem à necessidade cada vez mais premente que os Portugueses sentem de se animarem face à persistente situação de crise económica e social em que temos vivido nos últimos anos.
Não seria tempo de retirarmos essas bandeiras guardando-as a bom recato para novas e desejadas ocasiões em que possamos vir a ter motivos excepcionais de manifestar a nossa alegria e sentimentos nacionalistas de que nos possamos orgulhar?
Penso que o símbolo da Pátria Portuguesa tem que ser tratado com a dignidade que lhe é devida. Passado o período excepcional que se viveu e que terá justificado aquelas manifestações de regozijo nacionalista, é chegada a altura de as próprias autoridades administrativas imporem alguma ordem nesta bandalheira que é pendurar a Bandeira de Portugal sem qualquer dignidade em tudo quanto é sítio.
Não é da ordem que o nosso símbolo nacional seja usado de acordo com normas que constam inclusivamente do nosso ordenamento jurídico/constitucional?
Ao menos, haja respeito pelos símbolos de Portugal!

Monday, January 23, 2006

A eleição de Cavaco Silva para Presidente da República e a votação significativa em Manuel Alegre.

A eleição de Cavaco Silva para Presidente da República e a votação significativa em Manuel Alegre, confirma que existe em Portugal um núcleo importante de eleitores que não vota em partidos: vota em pessoas e em projectos concretos.
Finalmente, após muitos anos de reflexão silenciosa (ou ruidosa nos momentos cirurgicamente predeterminados?) Cavaco Silva foi eleito Presidente da República Portuguesa. A margem de 0,6 % é, de facto, muito pequena, mas a verdade é que este caso é um exemplo singular da tenacidade em atingir um objectivo na vida. Um grande e difícil objectivo, sem dúvida.
Fui um dos que assinou a sua propositura a candidato para estas eleições. Fi-lo na convicção de que as alternativas não tinham a necessária credibilidade e de que, pela sua trajectória política e de estratégia, Cavaco Silva seria a melhor solução para Portugal no momento difícil que atravessamos. Além disso os restantes candidatos não se apresentavam com a força e carisma que se requeria para o lugar.
Tenho que admitir que, já na ponta final da campanha eleitoral, Manuel Alegre conseguiu mostrar-se com determinação, coragem e vontade de intervir mais decisivamente na vida política portuguesa, apesar da teia que foi urdida à sua volta e com a qual os próprios camaradas da direcção do partido socialista o tentaram manietar.
Ponderei seriamente, nos últimos momentos, na possibilidade de lhe conceder o meu voto, ainda que assim acabasse por contradizer a posição que já tinha assumido. Também estava a pesar o facto de que sou um fã incondicional da poesia de Manuel Alegre e da sua excelente prosa poética. Só que para quem, como eu, tem dedicado uma grande parte da sua vida a pugnar por uma sociedade mais justa e mais solidária, ao mesmo tempo, próspera e dinâmica economicamente, o pragmatismo da decisão por um candidato como Cavaco Silva teria que sobressair.
Cavaco saiu vencedor contra cinco adversários que o elegeram, todos, o inimigo a abater. Essa estratégia constituiu-se num erro fatal. Não se tratava de derrotar a Direita como os outros candidatos não se cansaram de propagandear. Era evidente e notório que, face à fractura grave, quiçá origem de futuras alterações sensíveis na ordenação do aparelho partidário do PS, os candidatos da dita Esquerda não conseguiriam os almejados 50% mais um. E mesmo que tivessem obrigado Cavaco Silva a uma segunda volta, a maioria dos votantes afinaria por Cavaco. Os apoiantes do PS disso se iriam encarregar, já que a divisão Alegre/Mário Soares tinha cavado fronteiras insuperáveis a curto prazo.
Em termos de empatia, Cavaco nunca foi, para mim, uma personalidade com a qual eu estaria disposto a alinhar sem hesitações. Não o foi, enquanto Primeiro-Ministro, incontestavelmente. Muito especialmente no segundo mandato.
Dadas as circunstâncias, parece que teremos escolhido o melhor inquilino do Palácio de Belém, para, pelo menos, os próximos 5 anos.

Saturday, January 21, 2006

Castelo de Leiria - vista desde a Igreja do Recolhimento

Um ângulo de visão do Castelo de Leiria, pouco usual. A fotografia tirei-a, hoje, desde o alto de Santo Estêvão, mais precisamente mesmo defronte da actual Escola Superior de Educação, ali mesmo ao lado o Quartel da GNR - Leiria (a ocupar a antiga Igreja do Recolhimento). O dia estava muito solarengo, a máquina é uma Sony, 5.0 MegaPixels, f=7.9, zoom óptico 3x.

A actual Escola Superior atrás referida já é utilizada como Estabelecimento de Ensino para formação de professores (desde o antigo "Primário") há mais de meio século. Pode-se confirmar esta informação pela leitura duma placa colocada na fachada das instalações (antigo Convento de Sto Estêvão), iniciou estas funções em 1959. Antes dessa data foi utilizada, durante muitos anos como Escola Primária (dividida em duas secções separadas, como era dos costumes da época: dum lado, o sector feminino, do outro o masculino)


Friday, January 20, 2006

Avenida Sá Carneiro















Hoje, Sexta-Feira, estamos a dois dias das eleições presidenciais para o nosso país. Os candidatos são vários, ainda há muitos indecisos, dizem os jornais e a rádio e a televisão, que ainda há 1.000.000 de potenciais votantes indecisos. Presume-se que entre votar em branco, ou em Mário Soares ou Manuel Alegre. Pensa-se que esses indecisos ainda o estão por causa da confusão gerada à volta das duas candidaturas vindas da área do PS. Quer se queira quer não, por mais argumentos que sejam usados pelas gentes ligadas à hierarquia e aos estrategas do PS, este partido cometeu um erro monumental ao apostar tudo, a todo o custo, em Mário Soares. Manuel Alegre tem-se revelado com uma capacidade de luta e de persuasão, duma forma simples e humana, ao mesmo tempo, com laivos duma comunicação empática com a população em geral, que tem atraído para o seu movimento, incompreensivelmente combatido pelo PS, muita gente de todas as cores políticas e idiológicas.
Tenho que confessar que eu próprio, que em determinada altura, estava decidido a seguir a onda que se formou à volta de C. Silva e subscrevi a própria candidatura, tendo em vista o interesse em resolver esta questão das presidenciais, logo à primeira volta, de modo a gastar-se menos dinheiro ao erário público, estou num dilema: C. Silva tem uma personalidade com a qual tenho tido muita dificuldade em me sintonizar. Aquele seu discurso repetitivo, sebentista, pouco original e nada imaginativo em termos de propostas para o país, a sua própria postura, algo distante e hirta, francamente não me está a conseguir motivar. Que diabo, será que ando a ficar sem vontade de me fixar numa personalidade e segui-la fielmente, sem olhar aos seus altos e baixos, às suas tibiezas? É que está em causa o cargo do mais alto Magistrado da Nação.
Já me tinha comprometido a votar em C. Silva, mas ainda não decidi que o farei. Só no próprio dia, quase tipo moeda ao ar.
Tudo isto veio a propósito do nome da Rua da fotografia acima. Sá Carneiro ficou na História como um político de grande envergadura, ainda me lembro dos tempos do Verão quente em que o tivémos, clandestinamente, em Leiria conjuntamente com Mário Soares. Nessa altura já eu militava no PS e de que maneira. Ainda não se falava na Rosa. Agora o PS tem a rosa como símbolos mas também muitos cardos e espinhos...

Tuesday, January 17, 2006

Leiria dia a dia - Fotografia



  • Leitão assado à moda da Boa Vista - Leiria
  • Marca Registada. Visite esta localidade e coma este petisco!
O meu gosto pela fotografia já vem de longe. Não sou nenhum estudioso da matéria. A única matéria que estudei à séria foi a que se relacionava com o curso académico, de orientação profissional, que acabei por tirar, em tempo "record" e com notas razoáveis, digo eu. Contabilista. Acabei-o em 1966, tinha 19 anos e comecei imediatamente a trabalhar para ganhar o meu sustento e ajudar a que os meus irmãos conseguissem, graças ao esforço inaudito dos meus pais e a alguma ajuda institucional (e estávamos no tempo de Salazar!...), acabar também os seus próprios cursos, numa primeira fase, a nível do chamado Ensino Médio (Instituto Comercial do Porto). Éramos 5, uns a seguir aos outros, com excepção da Belita, mais nova que eu 16 anos e que acabou por se licenciar em Coimbra e hoje é uma Doutora da Universidade.
Bom, já chega de "Intróito"!
Este Blog vai passar a ser utilizado para nele expor visões diárias (se possível) fotográficas do que se vai passando pela cidade (e arredores) de Leiria, Portugal.


Nota: A referência ao Leitão assado à moda da Boa Vista justifica-se na medida em que trabalho nesta área há já pr´aí uns 30 e tal anos. Além do mais é muito provável que o leitão da imagem tenha sido alimentado com as Rações fabricadas na empresa onde desenvolvo a maior parte da minha actividade como TOC. - Rações Veríssimo, SA