Tuesday, February 28, 2006

Que Jardim Luís de Camões?

Texto extraído do projecto de intenções para a requalificação do actual Jardim Luís de Camões:
"Com a intervenção prevista, pretende-se devolver o Rossio ao peão, reforçar a sua atractibilidade e enobrecer o seu carácter. Será promovida uma fruição renovada e intensa do espaço exterior, com um programa de utilização polivalente, associado ainda às actividades comerciais envolventes e à realização de eventos no seu interior - concertos, festival gastronómico, etc.
Serão implantados novos equipamentos, renovados os pavimentos, valorizados os espaços plantados – com o reaproveitamento das espécies arbóreas existentes – e instalada nova iluminação e mobiliário urbano. A intervenção será sentida como uma grande ampliação do Jardim Luís de Camões, onde as linhas paralelas ao rio e na direcção do Castelo marcam o desenho do espaço."
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A ver vamos.
Pelo sim pelo não aqui deixo a minha visão emocionada de alguns aspectos do actual jardim e das suas árvores, algumas velhinhas mas muito características, com as quais me sinto e comigo muitos leirienses, íntima e sentimentalmente muito ligados.
Os seus contornos destacam-se nitidamente no azul crepuscular daquela hora do dia 27 de Fevereiro de 2006.
Formulo os meus mais ardentes votos para que que não venha a suceder o mesmo que no Largo da Sé, substituindo-se árvores centenárias por jacarandás de crescimento rápido, sob o pretexto de que aquelas árvores estavam velhas e não eram esteticamente as mais adequadas. A verdade, porém, é que não se teve em consideração a opinião dos residentes, dos visitantes daquele lugar da cidade e... deixem-me manifestar os meus anseios ambientalistas... ninguém se incomodou com as muitas e variadas espécies de pequenas aves que, durante gerações, lá voaram alegremente e procriaram, enchendo de vida aquele Largo com os seus chilreios e gorjeios, e embalaram o sono e os sonhos de gerações de pessoas que lá viveram e algumas ainda lá vivem, agora só acompanhadas pelo esvoaçar ensurdecedor de pombos empoleirados em tudo quanto é espaço nos beirados e saliências da Sé e prédios circunvizinhos (a necessitar de urgente requalificação, esses sim).

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